Hoje eu fiz reflexões sobre a morte. E me indaguei o motivo pelo qual as pessoas não querem morrer. Concluí que algumas não querem por puro medo do desconhecido, ou por ser o fim da vida. A maioria, todavia, quando perguntada, não teria uma resposta cabal; uma razão, ou várias, que justificassem estar vivos. Eu sei o porquê de querer viver.

Em primeiríssimo lugar eu pretendo viver mais que minha mãe pois sou a esperança dela de uma velhice com alguém pra conversar, para não deixá-la sozinha, de amparo certo e confortante. Assim, se eu morrer antes dela, seria um espírito inquieto.

Não posso partir até que meus sobrinhos estejam adultos, porque sou um tio maravilhoso e eles me amarão tanto ou mais que seus pais - desculpem o momento narcisista.

Eu tenho de viver o suficiente, também, pra saber qual a sensação de ouvir alguém dizer que me adora, olhando nos meus olhos, que me deseja e não pode viver sem mim. E nada disso precisa ser verdade, mas todo mundo tem de ouvir isso antes de morrer; é uma obrigação do destino, dos astros, sei lá de quem, para conosco, pobres mortais.

Eu vou viver pra muito mais. Vou comer coisas saudáveis, algumas até são gostosas. Vou diminuir as taxas de colesterol ruim, triglicerides e etc... Eu vou quero estar vivo pra viver.

João é profissional renomado em sua área. Boa vida, bom salário, bons amigos e, principalmente, boa índole. Gente fina como se costuma dizer. o mais asdmirado por sua filantropia. João possui um coração de ouro; é tanto carisma e bondade que quase não cabe nele. Ele é infinitamenteumapessoamelhorqueeu. E eu me considero um cara pra lá de bacana. Dia desses alguém bateu à sua porta lhe pedindo comida e ele mandou dizer que não havia. Não o fez por maldade, ou egoismo, coisas que nele não existem mesmo; Talvez fora uma displicência... um momento em que resolveu não ser o cara perfeito que sempre é. Minha avó diz que somos lembrados por aquele 1% de algo errado que fazemos, ninguém valoriza os 99% de acertos; isso, sim, é uma sordidez humana. Eu não critico João. E sempre o lembrarei por seus 99%.
Mas não podemos negar o fato de que, se alguém bate à tua porta para pedir comida, é porque está com fome... muita fome.

Igual a tudo na minha vida

Ontem assisti ao "Foi apenas um sonho" cujas personagens -um casal- são extremamente insatisfeitas; logo, infelizes, com o seu trabalho, a cidade onde vivem, o rumo que suas vidas tomaram... o desejo de mudar é tão intenso quanto ao marasmo que os move todos os dias, quanto à angústia de não conseguir mudar. Até que surge a oportunidade da salvação, todavia, as adversidades, a covardia, o receio profundo...tudo impede que um deles efetive a atitude que mudaria suas vidas...ele se veem atados ao vazio que os cerca. O triste do filme, talvez, não seja a certeza desse vazio; muitos percebem esse vazio na vida, muitos estão insatisfeitos...mas eles, como poucos...como eu, percebem a total ausência de esperança. então Cada um reage a sua triste e radical maneira: um, matando-se; o outro, persistindo no vazio sem esperança. Duas saídas igualmente trágicas. Há tempos não via tanta realidade na sétima arte.

Dentre tantas coisasdesagradáveis eu quero dissertar hoje sobre a questão de sofrerantecipadamente. Não consigo mudar essa atitude tão claudicante do meu espírito. Refiro-me à angústia do óbvio que apenas ainda não chegou, aquela situaçãozinha chata e incongruente de uma figa que vai acontecer, a qual te desgastará emocionalmente... e não conseguimos parar de pensar até que se efetue. E a expectativa vai corroendo, dando palpitações, tirando todos os pequenos prazeres do cotidiano até o momento da agonia.
Lembro-me dos dois ou três dias que antecipavam a prova de matemática, da angústia daquela época; quanta agonia! Mas tudo cessava depois que eutregava a dita na mão do cansativo professor (porque todos os meus professores de matemáticas eram cansativos - talvez seja um defeito de quem faz exatas), pouco importava a nota, que nunca foi lá essas coisas. A angústia do sofrimento antecipado seja mais dolorosa, agora, quem sabe, por saber que o momento de a onça beber água é apenas o começo da chateação. Ê, vida!

Eu sou mais que uma ilha

Hoje estou particularmente desgostoso; os motivos são os mesmos, o pior é saber que nada vai mudar sem que eu tome uma atitude...e qual. Sentir falta de alguém quem não merece também é de lascar. Aumenta a angústia.
Estou em mais uma semana de mesmices e incompreensões. Nem desabafo mais com ninguém; já não o fazia com tanta frequência mesmo. Sinto-me solitário em minhas divagações. Todos estão aquém de me compreenderem...vejo as pessoas ao meu redor tão comuns, com frases feitas para nossas dores, com conhecimentos rasos...dão-me a sensação de que vivo num mundo paralelo com problemas muito parecidos, mas só. Eu não me vejo especial, me vejo estranho aos outros, não pejorativamente, mas estranho. E quantos há como eu, e por que não os encontro?
Não desabafo para evitar escutar o óbvio que todos falam. É isso: fica a dor dentro de mim, e pronto. Eu não sou igual aos outros, nem em defeitos, nem em qualidades; "Todo homem é uma ilha" e eu, um arquipélago. Desisti há tempo de ser compreendido, ou de ouvir um conselho ou opinião que me surpreenda. Eu que me vire, e ature. Falta emoção na minha vida. Como uma criatura pode viver enredado em tamanho marasmo? Eu anseio por aventura, por movimento, por gosto em fazer algo. Ah, como eu queria dar movimento à minha vida. Até quando a vida passará por mim?

“Ayer he soñado con ángeles que volaban por el cielo y cantaban una hermosa canción que decía mi nombre y me invitava a volar con ellos por las nubes de dulce algodón. Hoy me desperté con una sonrisa y he visto plumajes blancas y brillantes sobre mi cama.”

“Me siento callado, muerto y olvidado; pero te extraño todavía. Las noches son más oscuras, los días menos claros, las sonrisas son grises desde que a mí me dijiste “no más”. Ahora el viento me lleva sin rumbo hasta que otro se me ponga mi alma en mi cuerpo nuevamente.”

de novo e novamente

Mais uma semana exatamente igual se passou. Quero me sentir especial todavia me pego desejando o mesmo que todos: que o universo se importe comigo e faça algo para mudar minha vida de alguma maneira boa; e constatando o mesmo que todos: que o universo tá cagando geral pra galera toda. Ninguém é especial!
E vamos vivendo e vivendo da mesma maneira, com as mesmas angústias, fingindo não ter esperanças, fazendo promessas...blá,blá,blá

Coisas Marcantes

Jamais esquecerei da época em que trabalhei no sábado atarde. Este trauma é insuperável.

Gosto de assistir a filmes onde as personagens decidem recomeçar suas vidas. Invejo tanto a ficcão... tudo é possível. Invejo também os românticos e ingênuos que defendem esta ideia de que mudamos se queremos. Hoje assisti a um filme no qual a personagem diz que nem todos podem mudar de vida por estarem insatisfeitos. Alguém enfim pensa como eu, embora seja alguém que não exista. De repente o roteirista concorde com a fala que criou. Vai saber. O bom é que eu não me considero infeliz; ainda bem. Mas falta uma coisinhamuitoimportante que é a satisfação. Eu nem quero viver exultante, deve, até, ser chato.

Mas eu adoraria um pouco de prazer em fazer e estar e ser.

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho NÃO come.

É certo que nunca fui um cara de lamúrias amorosas; sofro, me rasgo...mas passa. Claro que é bom uma ajudinha do cosmo como, por exemplo, evitar que a gente encontre o objeto do nosso amor (e fúria) a todo momento. Assim não dá, Mano! Tá foda!
Como esquecer quem me despreza se nos encontramos até mais que na época do idílio? Já não tenho a maior das determinações para esquecê-lo... vou-me isolar em casa.

Eu procuro em ti algo que justifique essa saudade. Te olho de cima abaixo; te vejo tão comum; tão substituível...tão especial; tão lindo...tão desejado por mim.