quinta-feira, 25 de novembro de 2010


Pessoas não são descartáveis.
Há pouco mais de uma mês um amigo - agora ex-amigo - deliberadamente extirpou-me de sua vida. Assim, sem justificativa aparente. Sem a menor satisfação. Apagou da vida dele toda nossa intimidade, as putarias que fizemos juntos, as bebedeiras, as bobagens, os choros, tudo. Não respondeu mais às minhas ligações e sequer mandou um recado desarvorado.
No início fiz todas as autoreflexões possíveis a fim de perceber alguma razão que o justificasse; visto que somos capazes de, não raramente, magoar alguém sem a intenção de fazê-lo e, pior, sem nos dar conta deste feito. Não encontrei nada em meus minis flashbacks. Enfim, sofri, lógico, fiquei magoado e triste. Agora passou. Lamento profundamente por ele que abriu mão da minha amizade, da minha compreensão, do meu companheirismo...
O fato é que costuma-se falar em amor, tolerância, resignação, perdão... todavia quase ninguém pratica estas coisas. E o direito à defesa? Amizade não é namoro. É, para mim, o mais sagrado dos relacionamentos. Amigos são almas gêmeas. E não somos criancinhas para ficar-de-mal. O meu lamento é simplesmente pelo fato de que não seremos amigos novamente; ainda que ele viesse ao meu encontro. Porque acabou a admiração. O amor virou indiferença, consigo viver maravilhosamente sem a presença dele.
A grande e triste constatação é que conseguimos viver sem alguém que julgamos importante em nossas vidas. Daí o cuidado em não perdê-las.

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